Tava escuro, não se ouvia nada, um total silêncio na noite, a única coisa que meus ouvidos podiam captar era o respirar do meu próprio peito. Os corpos estavam todos espalhados a minha volta, já não tinha mais nada pra fazer ali, ele já tinha ido embora, e ele irá tentar volta, eu sei que irá, mais vou estar aqui para evitar seu sucesso. Uma mão pega em pé, os corpos já estavam acordando... e finalmente acordo, os pesadelos nunca vão parar... não enquanto ele quiser volta.
Já estávamos a 15 KM de Coração de Jesus, cidade mais ao norte de Minas Gerais, um guardião que eu tinha me comunicado a algum tempo, tinha me falado de uma casa fantasma la, eu acho que não custa da uma olhada, por que depois de muito tempo nessa vida, eu aprendi que na duvida, tudo deve ser investigado... pessoas morrem ate mesmo pela própria imaginação. Pablo tinha me falado que estava precisando de umas férias também, pegar trabalhos pequenos, e simples, que essa vida de guardião estava fica pior a cada lua, mau ele sabe como vai fica pior, mais logo vou contar o que estou esperando.
Henrique: - Vamos comer alguma coisa, nesses bares sempre tem uma história pra ouvir.
Pablo: - Sim sim, como vai ser, o cara que acredita, e o que não acredita em nada?
Henrique: - Pode ser, você vai ser o que acredita, eu sou que não.
Pablo: - Ok.
Não precisamos andar muito pra achar um lugar pra tomar um café, e la já começamos a trabalhar. O dono do bar disse que havia morrido um rapaz de 16 anos queimado dentro de uma casa a 2 KM da cidade, que havia muito tempo que ninguém vivia naquela casa, e estava abandonada havia muito tempo, disse não acreditar que era seres de outro mundo, que talvez o rapaz estava la só para consumir drogas sozinho, mais que coloca a culpar nos mortos era mais fácil para uma família de classe alta, já que a família tirava grande aproveitamento das florestas ao redor da cidade ( de forma não tão legal como o dono do bar descreveu ), do que admitir que seu filho era um drogado.
Vamos até a casa, e realmente não tinha nada na casa, estava cheia de puera, ninguém abitava aquela casa a muitos anos, e realmente achamos alguma butucas de cigarros em um dos cômodos, e ao lado o cômodo que ainda cheirava a fumaça, onde o garoto tinha morrido. Mais uma coisa me chamou a atenção, a porta dos fundos estava quebrada, assim como a casa toda, mais era ressente, e de fora para dentro, alguma coisa invadiu a casa...
Henrique: - O que você acha? Vamos passear na floresta?
Pablo: - Isso já ta virando regra, não podemos matar alguma coisa que gosta de X-Tudo, ou de Tv a Cabo?
Henrique: - A floresta é mais segura para alguns seres, lá eles nascem, é a casa deles, mais que já que invadiram uma das nossas casa, vamos invadir a deles.
Pablo: - Mais dessa vez vamos dormir em uma cama de verdade, usar musgo como travesseiro afastar las chicas.
Henrique: - Las chicas vão ter que esperar, vamos lá.
A mata era grande, andamos um bom tempo, e nada encontramos, apenas lixo, voltamos pra cidade para achar algum lugar para dormir, eu duvido que alguém do interior de Minas saberia das histórias do Para, dessa vez eu poderia me dar o privilégio de dormir.
Já pela manhã, eu estava surpreso, tinha conseguido dormir uma noite inteira, sem pesadelos, sem crises. Chamei Pablo, iriamos dar mais uma olhada na casa, antes de partir novamente, passamos no mesmo bar para tomar café, ai então soubemos. O dono do bar nos disse que uma garota tinha sumido, prima do rapaz que tinha morrido queimado, assim que saímos do bar no dia anterior ele fico sabendo do caso. No mesmo momento saímos em direção a casa. Entrando na casa, que estava do mesmo jeito, fomos para o cômodo onde o outro garoto tinha morrido, e lá estava a garota, ela estava em transe, os olhos fora de foco, estava parada, em pé, a chamamos várias vezes, jogamos água em seu rosto, e aos poucos ela voltou a sua consciência, e começou a chorar.
Henrique: - Vamos lá, o que você veio fazer aqui? Quem falo pra você vir aqui?
Garota: - Eu não sei, não me lembro, me lembro de estar no meu quarto ouvindo música, e um rosto, um rosto negro... estou com muito medo, nunca senti tanto medo assim... eu sinto que ele vai vir atras de mim... eu sinto ele...
E continuo as lágrimas, a garota estava inconsolável. Pablo me olhou, pegou a garota e levou ate o carro, pedi pra ele levar ela ao hospital, mais volta de pressa que eu iria precisa da ajuda dele, eu não queria acreditar, mais era obra de um Boitatá. O desrespeito daquela família com a floresta era muito grande, fui até a mata, e critei:
Henrique: - FOGO QUE CORRE! ESTOU AQUI PORQUE SOU AMIGO! NÃO CONTINUE COM O QUE ESTA FAZENDO, NÃO SÃO ESSES QUE DEVE MATAR!... FOGO QUE CORRE?! EU SOU AMIG...
Antes que terminasse, avistei a grande bola de fogo vindo em meu encontro, alto, forte. Parou em minha frente, e por um instante o fogo foi se sumindo, e me apareceu uma grande cobra negra, os vermelhos cor de lava, veio ate mim, olhou em meus olhos e disse:
Boitatá: - Seus olhossss, seus olhosss tem dor... mais tem esperança... quem é você?
Henrique: - Sou um guardião, sou amigo, eu sei o porque matou aquele garoto, e porque seduziu a garota a vir aqui também, mais não são eles que estão matando a floresta, são os pais deles.
Boitatá: - Os paissss deles trabalham para a felicidade dos seus filhosss, sem filhos, não precisam trabalhar.
Henrique: - Não precisa ser assim, tem um outro jeito de resolver isso, atraia os autores desse lixo todo, de um belo susto neles, se não funcionar, você pode matar eles.
Boitatá: - Posso matar? Não estou pedindo sua autorização para nada guardião, eu decido o que devo fazer, estou nesse planeta ha muito maissss tempo que você, você que deve pedir autorização para ir embora.
Henrique: - Eu acho que você não me entendeu, ou você faz o que estou falando, ou vou matar você. ( Empunhei minha espada de prata, banhada em água benta )
O Boitatá me olhou por longos segundos, vi ódio em seus olhos, ela explodiu em fogo, e fugiu, correndo. Saindo na porta da frente da casa, Pablo paro o carro e gritou:
Pablo: - CORRE LOGO! OS POLICIAIS ACHARAM QUE EU ERA O SEQUESTRADOR, E QUEM MATOU O GAROTO! VAMOS SAIR LOGO DAQUI, OU DIA VOLTAMOS PRA RESOLVER TUDO ISSO! VAMOS!
Corri para o carro, e mais sentei o Pablo cantou pneu e saímos a toda velocidade, fui contando o que aconteceu para Pablo, e combinamos de volta depois de um mês la para ver como estão as coisas, até lá estamos procurados em mais uma cidade, procurados por tentar salvar vida...
Estávamos fundindo para Goias, tinha um guardião chamado Miguel que poderia servir abrigo pra gente... isso foi o que eu disse para Pablo, a verdade é que Miguel iria me ajuda a conta tudo para Pablo, tudo aquilo que ainda não contei para ele...
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